NOVENAS E ORAÇOES

Rezar com Maria Maria na Verbum Dei

Sábado, 23 Janeiro 2010 16:25 Enviar por E-mail Versão para impressão PDF

O Sim de Maria O sim de Maria inaugurou a era do amor na terra e imprimiu um rumo novo á história. Iniciou a história da Salvação. Deste facto nasce a nossa vocação e missão, se soubermos seguir o seu exemplo. O sim de Maria deu inicio á regeneração da nossa raça degenerada por nós e não por Eva e dá-nos a possibilidade e facilidade de alcançarmos uma regeneração total, pessoal e comunitária, totalmente verdadeira e de âmbito universal. O sim de Maria firme e absoluto, imprime em nós um choque decisivo e feliz que nos conduz a dizer sim ao amor, á fecundidade. á concórdia e comunidade, ao amor pleno que é a presença de Jesus em cada um de nós e a Sua plenitude entre todos. O sim de Maria, aceite, assumido e assimilado em cada um de nós abafa o nosso eu e mantém-no submisso para que o Amor possa criar e recriar fraternidades em toda a parte, ensinando todos a substituir o orgulho e o egoísmo a fim de que o reino do Amor, da justiça e da paz possa triunfar no mundo. O sim de Maria é uma verdadeira Páscoa que varre as sombras da morte e ressuscita a Vida para sempre a quantos nos associamos á resposta fiel ao projecto de Deus em nós e nos outros. O sim de Maria abriu-nos o caminho da realização autêntica e o sentido da vida, á contemplação maravilhosa e gozosa da grandeza de Deus. O sim de Maria contagiou-nos a todos com o seu calor materno para gerar e dar á luz a mesma Vida Eterna, a vida do Amor na multidão dos irmãos de todas as gerações. O sim de Maria deu-nos o sentido dos projectos de Deus para cada um de nós: a encarnação do mesmo Cristo em nós. A formação do Homem novo em cada um, a perfeição do nosso ser eterno, se soubermos captar a obediência e fidelidade de Maria como a suprema realização do Amor. O sim de Maria deu-nos a chave, a base e a essência para dar entrada do Amor em nós, para que todos sejamos UM: a plenitude de Cristo, a fraternidade em comunhão do seu Amor. O sim de Maria deu-nos o poder de engendrar homens novos, humanidade nova, céus novos e uma terra nova, todo um povo de Deus, com o qual queremos fazer a nossa vida á sua maneira e com a sua radicalidade. O sim de Maria faz-nos partilhar a necessidade. a alegria plena, o gozo inefável do nosso sim ao Espírito, num voto perfeito de obediência total, interna e externa, activa e responsável, toda e exclusivamente de Amor. O sim de Maria dá-nos a possibilidade, a facilidade e o gozo supremo de um coração virginal, casto. puro, todo e só para Deus, para partilhar abundantemente o seu Amor infinito que “ tem o sabor de Vida Eterna”. Conhecer Maria Conhecer Maria é conhecer a ternura materna de Deus. Amar Maria é amar visceralmente todos os homens seus filhos. Amar assim os homens, como Maria, implica conhecer a simplicidade transparente de Maria, a humildade substancial íntegra de Maria; toda a verdade de Deus n´Ela e o acolhimento pleno da verdade em todo o seu ser. Conhecer Maria é perceber a luz fecunda da sua face quando olha de frente os seus filhos, como um raio de sol da manhã que vence as noites. É conhecer o brilho dos seus olhos no qual se reflectem as ânsias e angústias de multidões. É submergir na contemplação estática, profunda, perto ou longe, que abarca todo o seu imenso calor. Conhecer Maria é seguir o seu sonho de andar por todos os caminhos deste mundo; é andar de casa em casa, contactar um por um, sem excluir ninguém, porque todos os mortais são chamados para a imortalidade. Conhecer Maria é deter-se diante de cada pessoa, dar-lhe um pouco do seu coração e um pedaço da própria vida. Conhecer Maria é pernoitar com a imagem dos seus filhos á cabeceira da cama e acordar para ir ao seu encontro. Conhecer Maria é quebrar a ânfora do próprio querer e gosto e deixar que apareça apenas o semblante suave e acolhedor da cheia de graça. Conhecer Maria é deixar chegar o Espírito e esvaziar-se por completo de si mesmo para que o seu sim perdure por gerações. Conhecer Maria é envolver a Vida no seu canto Magnificat, para que possa ser cantado por todos os seus filhos e sejam saboreadas as maravilhas de Deus. Conhecer Maria é seguir o sol na sua volta ao mundo para despertar os sinos das cidades e aldeias com o seu som angélico. Conhecer Maria é entregar-lhe a vida em suas mãos, para redenção de todos os seus filhos; é deixar abrir o peito para refúgio dos pecadores. Conhecer Maria é repetir pontualmente a história de amor universal de entregarmo-nos, de Nazaret a Belém, de Belém até ao Calvário. Conhecer Maria é ansiar e conhecer o fio da espada que nos trespassa a alma e divide a nossa vida para reparti-la em carne e sangue entre os irmãos esfomeados e sedentos do mundo. Conhecer Maria é transformar todo o nosso amor em compreensão e doação gratuita e paciente entre os mais necessitados da terra. Conhecer Maria é aprender a achar o coração e a perde-lo no meio da miséria humana para que conheçam e provem a misericórdia e ternura do rosto materno de Deus. Conhecer Maria é aprender a reconhecer e abraçar os próprios fracassos e os alheios, sofridos por amor, com a esperança certa da ressurreição em Cristo. Conhecer Maria é saber elevar a mente e o coração para o alto durante toda a nossa peregrinação, seguindo a pista da Assunta. O silêncio de Maria O silêncio de Maria é a porta de entrada para a grande contemplação de Deus; é o segredo do seu dilatado coração de Mãe universal; é a semente de fecundidade de todas as gerações. O silêncio de Maria, como o grão escondido na terra, é germinação de amores límpidos e fortes no coração dos seus filhos; é gestação de outros Cristos para a redenção do mundo. O silêncio de Maria é clima de paz e harmonia é cunha de santos; lugar de comunidades profundamente cristãs. O silêncio de Maria é escola de apóstolos de vistas largas; de vastos horizontes, de grandes e límpidos amores. O silêncio de Maria é transparência de almas puras e serenas; de fraternidades orantes e alegres; de gente realizada e feliz. O silêncio de Maria é veneração de santidade e graça, de vocações sem condições e para todo o risco; de virgindade e martírio. O silêncio de Maria é vulcão de Amor que se alimenta do fogo divino para esposas fiéis, mães sacrificadas, homens e mulheres capazes de amar até á cruz. O silêncio de Maria é horto fechado, impenetrável a vaidades e cobiças, a invejas e ciúmes, a discórdias e divisões, a toda a ruptura e quebra de amor. O silêncio de Maria é integrador de todo o potencial da pessoa, é força sobre-humana é multiplicação de luz e poder, é criatividade e recriação da nova humanidade de Cristo. O silêncio de Maria é sombra de Deus no mundo e propagação do Reino; é viveiro de discípulos de Cristo por toda a terra. O silêncio de Maria é aurora de dias sem ocaso nas almas; princípio do céu nos corações, janela aberta para a eternidade. O silêncio de Maria é gestação fecunda e feliz dos povos de Deus. A pobreza de Maria A pobreza de Maria é pobreza real e material, espontânea, livre, voluntária, entusiasta e feliz que resulta do verdadeiro conceito que tem de Deus e de si mesma ; o seu coração límpido permite-lhe contemplar a maravilhosa grandeza de Deus e iluminada por essa grandeza aprecia aniquilada e agradecida o contraste da sua pequenez na qual Deus se fixou para a exaltar. A pobreza de Maria é vazio total de si mesma, para se encher de graça, para ser plenitude de Deus, para ser a Mãe de Deus e de todos os homens, para fazer um de todos. A pobreza de Maria é um não a si mesma e a toda a criatura pelo sim de Deus, em si, em seu Filho e em todas as criaturas; a cada passo da sua vida e em todos os instantes do seu caminho. A pobreza de Maria é um não definitivo e perpétuo a qualquer projecto, desejo e capricho próprio, incluindo a própria vontade de liberdade; é um não a todos os amores e desejos dos homens, para ser a Escrava do Senhor, para fazer de todo o seu ser um sim ao Espírito e ser toda e apenas carne e sangue de Deus – Fornecedor e rio de Amor no mundo. A pobreza de Maria é esquecimento de si mesmo, é abandono e renúncia de si para poder estar disponível para dar amor aos outros, é serviço pronto, alegre e feliz para todos e cada um dos filhos de Deus. A pobreza de Maria é base e mola de arranque de mulher forte, ousada, temerária, prudente, discreta, toda e somente Amor, pronta e apta para o martírio, para formar verdadeiros discípulos de Cristo de toda a raça e condição. A pobreza de Maria é capacidade e gozo do despojo total da própria vida, dos homens e de toda a criatura, porque possui o Todo e, quanto mais o contempla, assimila e pondera em seu coração, maior desprendimento sente por tudo o que não é Deus para transformar tudo n´Ele. A pobreza de Maria é fuga do consolo, apreço e estima dos homens; ânsia de desterro, desprezo de calúnias, ameaças, enganos e cruz, morte efectiva, e desejar ressuscitar á inefável riqueza do Amor para amar e salvar a humanidade. A pobreza de Maria tem necessidade de experimentar e saborear os frutos divinos da virgindade na medida do amor da verdadeira obediência evangélica. A humildade de Maria A humildade de Maria seduz e cativa o olhar de Deus, atrai a si o olhar da Trindade que fixa n´Ela o seu olhar. Inaugura a primeira comunidade de amor no mundo. Conquista para nós o direito e o gozo da Vida fraterna A humildade de Maria inaugura na terra o templo mais rico e mais estimado por Deus e possibilita fazer das nossas vidas o templo querido da Trindade e render-lhe em nosso corpo o culto que mais lhe agrada para viver em comunhão. A humildade de Maria abre caminho em seu seio ao Redentor da humanidade; das suas entranhas e do seu sangue faz sangue e carne de Deus; alcança-nos a honra de fazer das nossas vidas carne e sangue de Cristo para os nossos irmãos. A humildade de Maria elevada á dignidade de Mãe do Altíssimo e nossa Mãe, transmite-nos o seu amor materno para o compartilharmos em vida eterna de muitos. A humildade de Maria, se quisermos, liberta-nos da escravidão do pecado, da mentira, de complexos, pessimismos, para nos situar na Verdade que despreza toda a espécie de riquezas e valores diante dos homens e nos enche das maravilhas de Deus. Converte as nossas vidas num cântico de gratidão, num Magnificat de alegria contagiosa-missionária. A humildade de Maria , anúncio e morada do amor Trinitário de Deus, engendra para nós este mesmo Amor Trinitário de Deus, essência e fermento para múltiplas Fraternidades de Amor de Cristo no mundo. Multiplica as nossas vidas em Povos de Deus. A humildade de Maria é fonte de Vida Eterna para toda a humanidade. A pessoa que tem falta de humildade torna-se estéril e infecunda, aborta a vida de Amor fraterno e mata a semente de comunidades cristãs. A humildade de Maria forma Jesus em todos os seus filhos. A pessoa que tem falta de humildade opta e decide matar Cristo em si e nos outros, quando põe a sua opinião e vontade contra tudo e todos. É a ruína e morte dos membros de Cristo; profana a comunhão. A humildade de Maria faz das nossas vidas um sim total e perpétuo ao Amor. Só a sua humildade em nós pode dispor e preparar uma vida para a consagração junto com Cristo Eucaristia, porque toda a oferenda e consagração que não tenha como fruto a comunhão tem mais sabor de profanação e sacrilégio do que o Amor comunitário e fraterno. A humildade de Maria foi , é, e será sempre a embaixada do Espírito Santo para encher dos seus dons e frutos os filhos de Deus e formar neles, como em Maria e com Ela, o homem novo, Cristo e entre todos continuar o verdadeiro Povo de Deus. Amar Maria Amar Maria é acolhe-la na minha casa, como se fosse a minha Mãe verdadeira e sabendo-me seu filho verdadeiro, passando a ser a minha casa e a casa de Maria para sempre. Amar Maria é conviver com Ela, dialogar com Ela, partilhar, comentar com Ela, sem qualquer reserva. Amar Maria é pôr em comum com Ela os seus problemas e os meus, os interesses de ambos, os interesses e caprichos, as alegrias e tristezas, a oração e os momentos de descanso, os divertimentos e as distracções. Amar Maria é ir dando preferência ás suas coisas, ás suas preocupações, aos seus amores, aos seus gostos e agrados; é ir-me interessando fortemente e metendo-me a fundo nas situações críticas do seu imenso lar. Amar Maria é tomar como sua a sua numerosa família, saber-me responsável por toda ela. Dar com Maria a minha própria vida pedaço por pedaço, minuto a minuto, por todos e cada um dos seus filhos, meus irmãos, de Pai e Mãe, sem diferenças nem distinção alguma. Amar Maria é olhar para onde Ela olha, fundir o meu coração naquilo que Ela ama. Entregar-me àquilo a que Ela se entrega. Amar Maria é acolher e encaixar a ponta e todo o fio da espada que lhe atravessa a alma. Empreender, junto com Ela, a subida do Calvário. Amar Maria é entregar na patena das suas mãos todo o meu ser, meu corpo e o meu espírito para que Ela o ofereça ao Pai para redenção de muitos dos seus filhos. Amar Maria é imitá-la, reproduzir os seus rasgos até que me distinga facilmente como seu verdadeiro filho. A sua graça, a sua transparência, a sua simples e espontânea humildade, a sua pureza virginal. Amar Maria é encarnar o seu amor serviçal, escondido, materno, não desejando senão o que é melhor para os seus filhos e elevando e promovendo o seu crescimento no Amor. A obediência de Maria A obediência de Maria é imediata e activa em tal grau que compromete o seu ser: “Faça-se em mim”. Obediência tão pronta e total é fruto, sem dúvida, de uma profunda humildade e da sua plenitude de Graça do Amor de Deus que lhe permite descobrir a verdadeira luz da Verdade. A nossa dificuldade em obedecer deriva da nossa falta de humildade e de Amor verdadeiro, de não ter saído da mentira e do orgulho. A nossa sincera e profunda oração, assimilação da Verdade e Amor, fará com que a nossa obediência seja pronta, total e alegre ao estilo de Maria. A obediência de Maria leva o calor de uma confiança que seduz e cativa. Ao receber a mensagem, não pergunta, não questiona ansiosamente em que consiste o mistério, mas iluminada por uma fé que afasta toda a dúvida e demora, diz simplesmente: “ Faça-se segundo o que dizes”. Em vez de indagar motivos e razões da obediência, deve mover-nos o amor por quem se move a nossa vida e entrega. Mais do que o eu, deve triunfar Cristo. Mais do que a grandeza da própria obra deve prevalecer a grandeza de amar a Deus, em qualquer circunstância que me seja ordenada ou sugerida. A obediência de Maria é acompanhada de um vivo interesse e responsabilidade; obediência responsável. Maria não pergunta o porquê de tal decisão de Deus, mas, em vez disso, humildemente, apenas pergunta como quer Deus que Ela faça para se entregar com toda a sua mente, coração e força ao desígnio de Deus. “Como será isso ?” A obediência responsável implica tentar perceber o melhor possível a intenção daquele que manda para cumpri-lo com toda a fidelidade. A verdadeira obediência é movida e motivada mais pelo espírito do que pela letra. Não é cumprimento, é amor a Deus e a todos os homens. A obediência de Maria, á luz forte da sua profunda humildade e grande força do seu amor virginal, responde pela fé aos grandes desígnios de Deus, cujos pensamentos, intenções e caminhos são infinitamente superiores aos critérios humanos e transcendem-nos como o céu transcende a terra. Maria responde com uma obediência de acordo com a visão ampla e transparente de Deus que alcança e se projecta em todas as gerações. A nossa obediência decorre de que a vida consagrada é já de Deus e para Deus. “Para que não vivamos já para nós mesmos mas para Cristo que morreu e ressuscitou por nós”. Por isso nos enviou o Espírito Santo do Amor para que nos guie e nos conduza á Verdade completa, até ao Amor total. Os nossos actos, grandes e pequenos, de obediência ao Espírito, não são apenas para a nossa saúde e processo espiritual, mas para a saúde e salvação do Cristo total, de toda a Igreja. A nossa obediência fiel, que é Amor puro, Vida eterna, é Vida-Amor que partilhamos durante toda a jornada obediente para a salvação de muitos, sumando-nos assim ao sangue redentor de Jesus, derramado por nós e por todos. A obediência de Maria, fielmente reproduzida assim em nós, activa, efectiva e afectiva, com renúncia e despojo livre e voluntário da nossa liberdade e vontade própria, é o que melhor nos configura com Cristo cravado na cruz, com Cristo crucificado, obediente até á sua sangrenta agonia e morte cruel e ignominiosa. Esta santa obediência evangélica é o que mais se parece com Maria que mantém o seu Fiat desde a Encarnação de Deus n´Ela até recolher nos seus braços esse corpo inerte e moído de Jesus. Esta obediência rendida e sacrificada ao Amor e com o Amor é o que melhor nos identifica com Jesus-Hóstia, obediente perpétuo aos homens de toda a índole e condição até ao fim dos tempos. A obediência de Maria, cuja essência de amor recebemos como alimento na Eucaristia diária, tem como finalidade e fruto próprio a nossa comunhão de amor com Cristo e com os irmãos. Esta obediência de Maria, nossa Mãe e Mãe da Igreja, irá dar-nos esse mesmo Amor amassado na sua obediência fidelíssima á lei de Deus resumida no Amor e no novo e único mandato de Jesus de amarmos como Ele nos ama e com o Amor com que se amam as três pessoas da Trindade. Maria infunde-nos esta mesma obediência para que esse mesmo amor fraterno de tal grau e qualidade enraíze nos nossos corações para obedecer cegamente ao mandato e desejo ardente do seu coração : que sejamos um com o Pai , o Filho e o Espírito Santo, para sermos fermento de fraternidade cristã em todo o mundo. Maria na Verbum Dei Sábado, 23 Janeiro 2010 12:32 Enviar por E-mail Versão para impressão PDF O Sim de Maria O sim de Maria inaugurou a era do amor na terra e imprimiu um rumo novo á história. Iniciou a história da Salvação. Deste facto nasce a nossa vocação e missão, se soubermos seguir o seu exemplo. O sim de Maria deu inicio á regeneração da nossa raça degenerada por nós e não por Eva e dá-nos a possibilidade e facilidade de alcançarmos uma regeneração total, pessoal e comunitária, totalmente verdadeira e de âmbito universal. O sim de Maria firme e absoluto, imprime em nós um choque decisivo e feliz que nos conduz a dizer sim ao amor, á fecundidade. á concórdia e comunidade, ao amor pleno que é a presença de Jesus em cada um de nós e a Sua plenitude entre todos. O sim de Maria, aceite, assumido e assimilado em cada um de nós abafa o nosso eu e mantém-no submisso para que o Amor possa criar e recriar fraternidades em toda a parte, ensinando todos a substituir o orgulho e o egoísmo a fim de que o reino do Amor, da justiça e da paz possa triunfar no mundo. O sim de Maria é uma verdadeira Páscoa que varre as sombras da morte e ressuscita a Vida para sempre a quantos nos associamos á resposta fiel ao projecto de Deus em nós e nos outros. O sim de Maria abriu-nos o caminho da realização autêntica e o sentido da vida, á contemplação maravilhosa e gozosa da grandeza de Deus. O sim de Maria contagiou-nos a todos com o seu calor materno para gerar e dar á luz a mesma Vida Eterna, a vida do Amor na multidão dos irmãos de todas as gerações. O sim de Maria deu-nos o sentido dos projectos de Deus para cada um de nós: a encarnação do mesmo Cristo em nós. A formação do Homem novo em cada um, a perfeição do nosso ser eterno, se soubermos captar a obediência e fidelidade de Maria como a suprema realização do Amor. O sim de Maria deu-nos a chave, a base e a essência para dar entrada do Amor em nós, para que todos sejamos UM: a plenitude de Cristo, a fraternidade em comunhão do seu Amor. O sim de Maria deu-nos o poder de engendrar homens novos, humanidade nova, céus novos e uma terra nova, todo um povo de Deus, com o qual queremos fazer a nossa vida á sua maneira e com a sua radicalidade. O sim de Maria faz-nos partilhar a necessidade. a alegria plena, o gozo inefável do nosso sim ao Espírito, num voto perfeito de obediência total, interna e externa, activa e responsável, toda e exclusivamente de Amor. O sim de Maria dá-nos a possibilidade, a facilidade e o gozo supremo de um coração virginal, casto. puro, todo e só para Deus, para partilhar abundantemente o seu Amor infinito que “ tem o sabor de Vida Eterna”. Conhecer Maria Conhecer Maria é conhecer a ternura materna de Deus. Amar Maria é amar visceralmente todos os homens seus filhos. Amar assim os homens, como Maria, implica conhecer a simplicidade transparente de Maria, a humildade substancial íntegra de Maria; toda a verdade de Deus n´Ela e o acolhimento pleno da verdade em todo o seu ser. Conhecer Maria é perceber a luz fecunda da sua face quando olha de frente os seus filhos, como um raio de sol da manhã que vence as noites. É conhecer o brilho dos seus olhos no qual se reflectem as ânsias e angústias de multidões. É submergir na contemplação estática, profunda, perto ou longe, que abarca todo o seu imenso calor. Conhecer Maria é seguir o seu sonho de andar por todos os caminhos deste mundo; é andar de casa em casa, contactar um por um, sem excluir ninguém, porque todos os mortais são chamados para a imortalidade. Conhecer Maria é deter-se diante de cada pessoa, dar-lhe um pouco do seu coração e um pedaço da própria vida. Conhecer Maria é pernoitar com a imagem dos seus filhos á cabeceira da cama e acordar para ir ao seu encontro. Conhecer Maria é quebrar a ânfora do próprio querer e gosto e deixar que apareça apenas o semblante suave e acolhedor da cheia de graça. Conhecer Maria é deixar chegar o Espírito e esvaziar-se por completo de si mesmo para que o seu sim perdure por gerações. Conhecer Maria é envolver a Vida no seu canto Magnificat, para que possa ser cantado por todos os seus filhos e sejam saboreadas as maravilhas de Deus. Conhecer Maria é seguir o sol na sua volta ao mundo para despertar os sinos das cidades e aldeias com o seu som angélico. Conhecer Maria é entregar-lhe a vida em suas mãos, para redenção de todos os seus filhos; é deixar abrir o peito para refúgio dos pecadores. Conhecer Maria é repetir pontualmente a história de amor universal de entregarmo-nos, de Nazaret a Belém, de Belém até ao Calvário. Conhecer Maria é ansiar e conhecer o fio da espada que nos trespassa a alma e divide a nossa vida para reparti-la em carne e sangue entre os irmãos esfomeados e sedentos do mundo. Conhecer Maria é transformar todo o nosso amor em compreensão e doação gratuita e paciente entre os mais necessitados da terra. Conhecer Maria é aprender a achar o coração e a perde-lo no meio da miséria humana para que conheçam e provem a misericórdia e ternura do rosto materno de Deus. Conhecer Maria é aprender a reconhecer e abraçar os próprios fracassos e os alheios, sofridos por amor, com a esperança certa da ressurreição em Cristo. Conhecer Maria é saber elevar a mente e o coração para o alto durante toda a nossa peregrinação, seguindo a pista da Assunta. O silêncio de Maria O silêncio de Maria é a porta de entrada para a grande contemplação de Deus; é o segredo do seu dilatado coração de Mãe universal; é a semente de fecundidade de todas as gerações. O silêncio de Maria, como o grão escondido na terra, é germinação de amores límpidos e fortes no coração dos seus filhos; é gestação de outros Cristos para a redenção do mundo. O silêncio de Maria é clima de paz e harmonia é cunha de santos; lugar de comunidades profundamente cristãs. O silêncio de Maria é escola de apóstolos de vistas largas; de vastos horizontes, de grandes e límpidos amores. O silêncio de Maria é transparência de almas puras e serenas; de fraternidades orantes e alegres; de gente realizada e feliz. O silêncio de Maria é veneração de santidade e graça, de vocações sem condições e para todo o risco; de virgindade e martírio. O silêncio de Maria é vulcão de Amor que se alimenta do fogo divino para esposas fiéis, mães sacrificadas, homens e mulheres capazes de amar até á cruz. O silêncio de Maria é horto fechado, impenetrável a vaidades e cobiças, a invejas e ciúmes, a discórdias e divisões, a toda a ruptura e quebra de amor. O silêncio de Maria é integrador de todo o potencial da pessoa, é força sobre-humana é multiplicação de luz e poder, é criatividade e recriação da nova humanidade de Cristo. O silêncio de Maria é sombra de Deus no mundo e propagação do Reino; é viveiro de discípulos de Cristo por toda a terra. O silêncio de Maria é aurora de dias sem ocaso nas almas; princípio do céu nos corações, janela aberta para a eternidade. O silêncio de Maria é gestação fecunda e feliz dos povos de Deus. A pobreza de Maria A pobreza de Maria é pobreza real e material, espontânea, livre, voluntária, entusiasta e feliz que resulta do verdadeiro conceito que tem de Deus e de si mesma ; o seu coração límpido permite-lhe contemplar a maravilhosa grandeza de Deus e iluminada por essa grandeza aprecia aniquilada e agradecida o contraste da sua pequenez na qual Deus se fixou para a exaltar. A pobreza de Maria é vazio total de si mesma, para se encher de graça, para ser plenitude de Deus, para ser a Mãe de Deus e de todos os homens, para fazer um de todos. A pobreza de Maria é um não a si mesma e a toda a criatura pelo sim de Deus, em si, em seu Filho e em todas as criaturas; a cada passo da sua vida e em todos os instantes do seu caminho. A pobreza de Maria é um não definitivo e perpétuo a qualquer projecto, desejo e capricho próprio, incluindo a própria vontade de liberdade; é um não a todos os amores e desejos dos homens, para ser a Escrava do Senhor, para fazer de todo o seu ser um sim ao Espírito e ser toda e apenas carne e sangue de Deus – Fornecedor e rio de Amor no mundo. A pobreza de Maria é esquecimento de si mesmo, é abandono e renúncia de si para poder estar disponível para dar amor aos outros, é serviço pronto, alegre e feliz para todos e cada um dos filhos de Deus. A pobreza de Maria é base e mola de arranque de mulher forte, ousada, temerária, prudente, discreta, toda e somente Amor, pronta e apta para o martírio, para formar verdadeiros discípulos de Cristo de toda a raça e condição. A pobreza de Maria é capacidade e gozo do despojo total da própria vida, dos homens e de toda a criatura, porque possui o Todo e, quanto mais o contempla, assimila e pondera em seu coração, maior desprendimento sente por tudo o que não é Deus para transformar tudo n´Ele. A pobreza de Maria é fuga do consolo, apreço e estima dos homens; ânsia de desterro, desprezo de calúnias, ameaças, enganos e cruz, morte efectiva, e desejar ressuscitar á inefável riqueza do Amor para amar e salvar a humanidade. A pobreza de Maria tem necessidade de experimentar e saborear os frutos divinos da virgindade na medida do amor da verdadeira obediência evangélica. A humildade de Maria A humildade de Maria seduz e cativa o olhar de Deus, atrai a si o olhar da Trindade que fixa n´Ela o seu olhar. Inaugura a primeira comunidade de amor no mundo. Conquista para nós o direito e o gozo da Vida fraterna A humildade de Maria inaugura na terra o templo mais rico e mais estimado por Deus e possibilita fazer das nossas vidas o templo querido da Trindade e render-lhe em nosso corpo o culto que mais lhe agrada para viver em comunhão. A humildade de Maria abre caminho em seu seio ao Redentor da humanidade; das suas entranhas e do seu sangue faz sangue e carne de Deus; alcança-nos a honra de fazer das nossas vidas carne e sangue de Cristo para os nossos irmãos. A humildade de Maria elevada á dignidade de Mãe do Altíssimo e nossa Mãe, transmite-nos o seu amor materno para o compartilharmos em vida eterna de muitos. A humildade de Maria, se quisermos, liberta-nos da escravidão do pecado, da mentira, de complexos, pessimismos, para nos situar na Verdade que despreza toda a espécie de riquezas e valores diante dos homens e nos enche das maravilhas de Deus. Converte as nossas vidas num cântico de gratidão, num Magnificat de alegria contagiosa-missionária. A humildade de Maria , anúncio e morada do amor Trinitário de Deus, engendra para nós este mesmo Amor Trinitário de Deus, essência e fermento para múltiplas Fraternidades de Amor de Cristo no mundo. Multiplica as nossas vidas em Povos de Deus. A humildade de Maria é fonte de Vida Eterna para toda a humanidade. A pessoa que tem falta de humildade torna-se estéril e infecunda, aborta a vida de Amor fraterno e mata a semente de comunidades cristãs. A humildade de Maria forma Jesus em todos os seus filhos. A pessoa que tem falta de humildade opta e decide matar Cristo em si e nos outros, quando põe a sua opinião e vontade contra tudo e todos. É a ruína e morte dos membros de Cristo; profana a comunhão. A humildade de Maria faz das nossas vidas um sim total e perpétuo ao Amor. Só a sua humildade em nós pode dispor e preparar uma vida para a consagração junto com Cristo Eucaristia, porque toda a oferenda e consagração que não tenha como fruto a comunhão tem mais sabor de profanação e sacrilégio do que o Amor comunitário e fraterno. A humildade de Maria foi , é, e será sempre a embaixada do Espírito Santo para encher dos seus dons e frutos os filhos de Deus e formar neles, como em Maria e com Ela, o homem novo, Cristo e entre todos continuar o verdadeiro Povo de Deus. Amar Maria Amar Maria é acolhe-la na minha casa, como se fosse a minha Mãe verdadeira e sabendo-me seu filho verdadeiro, passando a ser a minha casa e a casa de Maria para sempre. Amar Maria é conviver com Ela, dialogar com Ela, partilhar, comentar com Ela, sem qualquer reserva. Amar Maria é pôr em comum com Ela os seus problemas e os meus, os interesses de ambos, os interesses e caprichos, as alegrias e tristezas, a oração e os momentos de descanso, os divertimentos e as distracções. Amar Maria é ir dando preferência ás suas coisas, ás suas preocupações, aos seus amores, aos seus gostos e agrados; é ir-me interessando fortemente e metendo-me a fundo nas situações críticas do seu imenso lar. Amar Maria é tomar como sua a sua numerosa família, saber-me responsável por toda ela. Dar com Maria a minha própria vida pedaço por pedaço, minuto a minuto, por todos e cada um dos seus filhos, meus irmãos, de Pai e Mãe, sem diferenças nem distinção alguma. Amar Maria é olhar para onde Ela olha, fundir o meu coração naquilo que Ela ama. Entregar-me àquilo a que Ela se entrega. Amar Maria é acolher e encaixar a ponta e todo o fio da espada que lhe atravessa a alma. Empreender, junto com Ela, a subida do Calvário. Amar Maria é entregar na patena das suas mãos todo o meu ser, meu corpo e o meu espírito para que Ela o ofereça ao Pai para redenção de muitos dos seus filhos. Amar Maria é imitá-la, reproduzir os seus rasgos até que me distinga facilmente como seu verdadeiro filho. A sua graça, a sua transparência, a sua simples e espontânea humildade, a sua pureza virginal. Amar Maria é encarnar o seu amor serviçal, escondido, materno, não desejando senão o que é melhor para os seus filhos e elevando e promovendo o seu crescimento no Amor. A obediência de Maria A obediência de Maria é imediata e activa em tal grau que compromete o seu ser: “Faça-se em mim”. Obediência tão pronta e total é fruto, sem dúvida, de uma profunda humildade e da sua plenitude de Graça do Amor de Deus que lhe permite descobrir a verdadeira luz da Verdade. A nossa dificuldade em obedecer deriva da nossa falta de humildade e de Amor verdadeiro, de não ter saído da mentira e do orgulho. A nossa sincera e profunda oração, assimilação da Verdade e Amor, fará com que a nossa obediência seja pronta, total e alegre ao estilo de Maria. A obediência de Maria leva o calor de uma confiança que seduz e cativa. Ao receber a mensagem, não pergunta, não questiona ansiosamente em que consiste o mistério, mas iluminada por uma fé que afasta toda a dúvida e demora, diz simplesmente: “ Faça-se segundo o que dizes”. Em vez de indagar motivos e razões da obediência, deve mover-nos o amor por quem se move a nossa vida e entrega. Mais do que o eu, deve triunfar Cristo. Mais do que a grandeza da própria obra deve prevalecer a grandeza de amar a Deus, em qualquer circunstância que me seja ordenada ou sugerida. A obediência de Maria é acompanhada de um vivo interesse e responsabilidade; obediência responsável. Maria não pergunta o porquê de tal decisão de Deus, mas, em vez disso, humildemente, apenas pergunta como quer Deus que Ela faça para se entregar com toda a sua mente, coração e força ao desígnio de Deus. “Como será isso ?” A obediência responsável implica tentar perceber o melhor possível a intenção daquele que manda para cumpri-lo com toda a fidelidade. A verdadeira obediência é movida e motivada mais pelo espírito do que pela letra. Não é cumprimento, é amor a Deus e a todos os homens. A obediência de Maria, á luz forte da sua profunda humildade e grande força do seu amor virginal, responde pela fé aos grandes desígnios de Deus, cujos pensamentos, intenções e caminhos são infinitamente superiores aos critérios humanos e transcendem-nos como o céu transcende a terra. Maria responde com uma obediência de acordo com a visão ampla e transparente de Deus que alcança e se projecta em todas as gerações. A nossa obediência decorre de que a vida consagrada é já de Deus e para Deus. “Para que não vivamos já para nós mesmos mas para Cristo que morreu e ressuscitou por nós”. Por isso nos enviou o Espírito Santo do Amor para que nos guie e nos conduza á Verdade completa, até ao Amor total. Os nossos actos, grandes e pequenos, de obediência ao Espírito, não são apenas para a nossa saúde e processo espiritual, mas para a saúde e salvação do Cristo total, de toda a Igreja. A nossa obediência fiel, que é Amor puro, Vida eterna, é Vida-Amor que partilhamos durante toda a jornada obediente para a salvação de muitos, sumando-nos assim ao sangue redentor de Jesus, derramado por nós e por todos. A obediência de Maria, fielmente reproduzida assim em nós, activa, efectiva e afectiva, com renúncia e despojo livre e voluntário da nossa liberdade e vontade própria, é o que melhor nos configura com Cristo cravado na cruz, com Cristo crucificado, obediente até á sua sangrenta agonia e morte cruel e ignominiosa. Esta santa obediência evangélica é o que mais se parece com Maria que mantém o seu Fiat desde a Encarnação de Deus n´Ela até recolher nos seus braços esse corpo inerte e moído de Jesus. Esta obediência rendida e sacrificada ao Amor e com o Amor é o que melhor nos identifica com Jesus-Hóstia, obediente perpétuo aos homens de toda a índole e condição até ao fim dos tempos. A obediência de Maria, cuja essência de amor recebemos como alimento na Eucaristia diária, tem como finalidade e fruto próprio a nossa comunhão de amor com Cristo e com os irmãos. Esta obediência de Maria, nossa Mãe e Mãe da Igreja, irá dar-nos esse mesmo Amor amassado na sua obediência fidelíssima á lei de Deus resumida no Amor e no novo e único mandato de Jesus de amarmos como Ele nos ama e com o Amor com que se amam as três pessoas da Trindade. Maria infunde-nos esta mesma obediência para que esse mesmo amor fraterno de tal grau e qualidade enraíze nos nossos corações para obedecer cegamente ao mandato e desejo ardente do seu coração : que sejamos um com o Pai , o Filho e o Espírito Santo, para sermos fermento de fraternidade cristã em todo o mundo.